Enquanto seu lobo não vem
Eu acredito (e obviamente essa uma opinião pessoal) que a divisão de chapas dentro de uma universidade só serve para impedi-la de alcançar seus ideais. Acredito que todas as chapas estejam empenhadas em dar o melhor de si na construção, dessa que agora parece utópica, universidade melhor. Só o que comumente acontece, e justamente por isso há tal divisão, é que com interesses diferentes as pessoas tendem a se reunir de acordo como priorizem esses interesses: para alguns a infra-estrutura está me primeiro lugar, para outros é o sistema de ensino e por aí vai.
Defendo (e agora estou sendo totalmente idealista) que haja sim, essa diversificação do pensamento mas que ao contrário de chapas em que a minha é por excelência melhor que a sua, deva existir votações de qual seria a prioridade da universidade no momento. Feito isso, independente de eu achar outra coisa, vou labutar pra que aquela prioridade escolhida seja alcançada, e nesse contexto, todos participem dos meios pelos quais aquele projeto escolhido seja concluído para seleção de outro.
Com a divisão de chapas isso não acontecesse. Se minha chapa perde, eu quero mais é que a que ganhou não faça nada do que propunha pra eu poder criticá-la. Se ela tenta mobilizar as pessoas para sua busca, eu é que não vou fazer nada e esperar que ela sozinha faça o “milagre” -é o que pensam alguns, pra não citar a maioria.
Dessa forma, a universidade que deveria estar em foco, perde a cena pra partidos, propostas, projetos que nunca saem do papel. Paralelamente ela espera por melhoras que não vem, dentro desse universo de disputas que levam a lugar nenhum, mantendo-se paradoxalmente no mesmo lugar, e esperando por reformas que nunca vão acontecer se tão somente não pudermos mudar de atitude.
CRUZ, G.K.
Unidade na multiplicidade
Para Hilton Japiassu, seria “preferível falarmos, ao invés de psicologia em ciências psicológicas“ isso, porque não há um objeto definido para a psicologia. Dessa problemática surgem diversas abordagens psicológicas.
Dentro das várias abordagens, o objeto de estudo assume um caráter subjetivo segundo a visão da análise na qual se baseia, tornando no geral, um objeto, por assim dizer, bastante relativo.
Essa falta de delimitação gera vertentes que impossibilitam a caracterização da Psicologia como uma ciência teoricamente unificada. Por isso ela seria compreendida melhor se entendêssemos que somente de maneira parcial podemos analisá-la.
Além disso, para BOCK, FURTADO e TEXEIRA, “essa diversidade de objetos justifica-se porque os fenômenos psicológicos são tão diversos que não podem ser acessíveis ao mesmo nível de observação e portanto , não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de descrição, medida, controle e interpretação.
Outro fator, dessa vez histórico, foi à desagregação a Psicologia em relação à filosofia, pela proposta de tornar esta (a psicologia) uma ciência.
Diante de tais fatores é inviável definir a Psicologia como algo preciso, pois contraditoriamente a isso há uma diversidade de identidades psicológicas que se englobam em sua análise e tornam-na tão rica de interpretações como abundante de novas descobertas.
CRUZ, G.K
29 de novembro de 2009
Sobre si e sobre os outros
Ao longo de sua história, a Psicologia vem rompendo com a visão estereotipada que de certa maneira lhe é atribuída. Dessa visão surgem alguns conceitos que (se encaixam, é certo, em algumas práticas psicológicas, mas não necessariamente cabem a todas) servem para subverter a análise dessas práticas a limitá-las dentro de uma categoria.
Muito se diz a respeito do que o papel do psicólogo representa. Sabe-se que esse papel vai além de um “mero” ouvinte, ou um talentoso adivinhador, ou ainda um ser onipotente com soluções prontas.
Comprova-se que, relacionado a esse último termo, não é o psicólogo que dá a cura ao problema que assola o paciente,mas sim que este (o psicólogo) instiga o outro a procurar suas próprias respostas que lhe conduzam à cura.
É também papel do psicólogo, provocar um despertar de consciência, e auxiliar na busca do conhecimento peculiar de cada indivíduo sobre si mesmo,concomitantemente que ele próprio, se deixe afetar por essa busca e se descubra posteriormente como não só um profissional, mas um ser humano mais sensível.
O psicólogo é portanto uma pessoa propensa a falhas, mas que tem a vontade de fazer com que suas habilidades influenciem na construção de uma sociedade mais justa e atenta não só pra suas próprias necessidades, mas para com a dos outros também.
CRUZ, G.K
14 de outubro de 2009